Como é possível, apesar da
existência dos valores, alcançar a objetividade nas ciências sociais?
É preciso
distinguir entre julgamentos de valor e saber empírico. Os valores devem ser
incorporados conscientemente à pesquisa e controlados através de procedimentos
rigorosos de análise, caracterizados como esquemas de explicação condicional.
Os
Tipos Ideais
Um conceito
típico-ideal é um modelo simplificado do real, elaborado com base em traços
considerados essenciais para a determinação da causalidade, segundo os critérios
de quem pretende explicar um fenômeno. O tipo ideal é utilizado como
instrumento para conduzir o autor numa realidade complexa.
Ação
Social
Toda conduta
humana dotada de um significado subjetivo (sentido) dado por quem a executa que
orienta essa ação, tendo em vista a ação de outros sujeitos conhecidos ou
desconhecidos. A explicação sociológica busca compreender e interpretar o
sentido da ação social, não se propondo a julgar a validez de tais atos nem a compreender
o agente enquanto pessoa. Compreender uma ação é captar e interpretar sua conexão
de sentido, somente a ação com sentido pode ser compreendida pela Sociologia. Em
suma: ação compreensível é ação com sentido.
Tipos
puros de ação
Ação racional com relação a fins: ação que visa
atingir um objetivo previamente definido, ele lança mão dos meios necessários
ou adequados, ambos avaliados e combinados tão claramente quanto possível de
seu próprio ponto de vista. Uma ação econômica, por exemplo, expressa essa
tendência e permitem uma interpretação racional.
Ação racional com relação a valores: ação orientada por princípios, agindo de acordo com ou a serviço de suas próprias convicções e levando em conta somente sua fidelidade a tais valores. Por exemplo, não se alimentar de carne, orientado por valores éticos, políticos e ambientais.
Ação tradicional: quando hábitos e costumes arraigados levam a que se aja em função deles. Tal é o caso do batismo dos filhos realizado por pais pouco comprometidos com a religião.
Ação afetiva: quando a ação é orientada por suas emoções imediata, como por exemplo, o ciúme, a raiva ou por diversas outras paixões. Esse tipo de ação pode ter resultados não pretendidos, por exemplo, magoar a quem se ama.
Uma conduta plural (de vários), reciprocamente
orientada, dotada de conteúdo significativos que descansam na probabilidade de
que se agirá socialmente de um certo modo, constitui o que Weber denomina de
relação social. Podemos dizer que relação social é a probabilidade de que uma
forma determinada de conduta social tenha, em algum momento, seu sentido
partilhado pelos diversos agentes numa sociedade qualquer.
Quando, ao agir, cada um de dois ou mais indivíduos orienta sua conduta levando em conta a probabilidade de que o outro ou os outros agirão socialmente de um modo que corresponde às expectativas do primeiro agente, estamos diante de uma relação social. Como exemplo de relação social, as trocas comerciais, a concorrência econômica, as relações políticas.
Estratificação
Social
A concepção de sociedade construída por Weber
implica numa separação de esferas – como a econômica, a religiosa, a política,
a jurídica, a social, a cultural – cada uma delas com lógicas particulares de
funcionamento.
Partindo, portanto, do princípio geral de que só as consciências individuais são capazes de dar sentido à ação social e que tal sentido pode ser partilhado por uma multiplicidade de indivíduos, Weber estabeleceu conceitos referentes ao plano coletivo – a) classes, b) estamentos ou grupos de status e c) partidos – que nos permitem entender os mecanismos diferenciados de distribuição de poder, o qual pode assumir a forma de riqueza, de distinção ou do próprio poder político, num sentido estrito.
As classes se organizam segundo as relações de produção e aquisição de bens; os estamentos, segundo princípios de seu consumo de bens nas diversas formas especificas de sua maneira de viver; as castas seriam, por fim, aqueles grupos de status fechados cujos privilégios e distinções estão desigualmente garantidos por meio de leis, convenções e rituais.
Enfim, as diferenças que correspondem, no interior da ordem econômica, às classes e, no da ordem social ou da distribuição da honra, aos estamentos, geram na esfera do poder social os partidos, cuja ação é tipicamente racional: buscar influir sobre a direção que toma uma associação ou uma comunidade. O partido é uma organização que luta especificamente pelo domínio embora só adquira caráter político se puder lançar mão da coação física ou de sua ameaça.
Poder
e Dominação
O conceito de poder é amorfo já que significa a probabilidade de impor a própria vontade dentro de uma relação social, mesmo contra toda a resistência e qualquer que seja o fundamento dessa probabilidade.
Dominação é a probabilidade de encontrar obediência
dentro de um grupo a um certo
mandato.
Poder + Legitimidade =
Dominação
Tipos
Puros de Dominação Legítima
Dominação Legal: obedece-se não à pessoa em virtude de seu direito próprio, mas à regra estatuída, que estabelece ao mesmo tempo a quem e em que medida deve obedecer. Seu tipo mais puro é a burocracia.
Dominação Tradicional: se estabelece em virtude da crença na santidade das ordenações e dos poderes senhoriais de há muito existentes. Seu tipo mais puro é o da dominação patriarcal.
Dominação Carismática: se dá em virtude de devoção afetiva à pessoa do senhor e a seus dotes sobrenaturais (carisma) e, particularmente: a faculdades mágicas, revelações ou heroísmo, poder intelectual ou de oratória. Seu tipo mais puro é a dominação do profeta, do herói guerreiro e do grande demagogo.
Desencantamento
do mundo
A humanidade partiu de um universo habitado pelo sagrado, pelo mágico, excepcional e chegou a um mundo racionalizado, material, manipulado pela técnica e pela ciência. O mundo de deuses e mitos foi despovoado, sua magia substituída pelo conhecimento científico e pelo desenvolvimento de formas de organização racionais e burocratizadas.
Ética
Protestante e Espírito do Capitalismo
O trabalho torna-se um valor em si mesmo, e o operário ou capitalista puritanos passam a viver em função de sua atividade ou negócio e só assim têm a sensação da tarefa cumprida. O puritanismo condenava o ócio, o luxo, a perda de tempo, preguiça.
Para estarem seguros quanto à sua salvação, ricos e pobres deveriam trabalhar sem descanso, o dia todo em favor do que lhes foi destinado pela vontade de Deus, e glorificá-lo por meio de suas atividades produtivas.
Essa dedicação verdadeiramente religiosa ao
trabalho, Weber chamou de vocação. Essa ética teve consequências marcantes
sobre a vida econômica e, ao combinar a restrição
do consumo com essa liberação da procura da riqueza, é obvio o resultado que daí decorre: a acumulação capitalista através da compulsão ascética da poupança. Mas este foi apenas um impulso inicial. A partir dele o capitalismo libertou-se do abrigo de um espírito religioso.
Estado
O Estado é um instrumento de dominação do homem
pelo homem, para ele só o Estado pode fazer uso da força da violência, e essa
violência é legítima (monopólio do uso legítimo da força física), pois se apoia
num conjunto de normas (constituição – racional legal).